Conselheiros do CAU/SP estiveram presentes em debate sobre os desafios das cidades contemporâneas com o senador Inácio Arruda (PCdoB/CE), Presidente da Comissão de Urbanismo do Senado, o deputado federal Zezéu Ribeiro (PT/BA) e Silmara Vieira, planejadora do Ministério do Meio Ambiente. Foi no dia 24/04, no 20º Congresso Brasileiro de Arquitetos, em Fortaleza/CE.
Mediado pelo diretor do IAB, Luis Fernando Janot, Vieira iniciou sua exposição destacando três necessidades para desenvolver o espaço urbano: integrar políticas públicas e articular instrumentos de planejamento das cidades; implantar políticas que dialoguem com a diversidade brasileira e superar a separação dicotômica entre “urbano e rural”. “Com isso, produziríamos um novo fenômeno que alteraria completamente a realidade brasileira: a redistribuição da população para cidades menores”, afirma a planejadora. “E isso não é sonho, é possível construir!”.
Já o deputado Zezéu destacou que para uma transformação do espaço urbano é imprescindível discutir o acesso a terra. Além disso, ele afirma é preciso rever as políticas de vizinhança, pois um terço dos transportes realizados em Salvador, por exemplo, é realizado a pé e isso não é discutido em políticas públicas, tampouco os conjuntos habitacionais que, segundo o deputado, é um “deposito de gente”.
O senador Arruda lembrou a urgência da Reforma Urbana, que democratiza as cidades brasileiras e é garantida pela Constituição. “O brasileiro tem a capacidade de usar sua riqueza para transformar as cidades brasileiras. Todo dia é um caos. O pavor que é criado na mídia atinge a nossa cabeça. Saímos de casa já deprimidos”, disse ele. “Agora, o próprio governo propôs a Reforma Urbana e, se é o próprio governo que está propondo, vamos tocar essa reforma. Está nas nossas mãos. Precisamos de políticos arquitetos, de políticos geógrafos para botar na rua essa reforma”.
“É um discurso que vem desde 1970 e ainda está atual”, afirmou o diretor de Ensino e Formação, João Carlos Correia. E, também, deu um recado. “O nosso campo de atuação é a cidade e precisamos cuidar mais dela. Sendo assim, não podemos olhar para nosso umbigo, mas para a quadra, para o bairro, para a região e, até mesmo, para o Estado”.
Da redação