Em metrópoles ou cidades do interior, o mesmo drama brasileiro se desenvolve: o abandono de milhares de imóveis que poderiam servir milhões de cidadãos sem moradia ou em habitações precárias.
O desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida no início de maio, com a perda de vidas humanas e a destruição de um marco arquitetônico da cidade, foi somente um episódio visível e recente deste problema.
Ainda sob o impacto dessa tragédia, o CAU/SP dedicou parte da edição #13 de sua revista trimestral para ouvir especialistas em busca de caminhos e possibilidades.
“Recuperar e ocupar” é o tema da matéria de capa, lembrando eventos quase esquecidos, como a demolição do São Vito, e exemplos positivos de recuperação do patrimônio, como o condomínio Dandara, também no centro da capital.
As arquitetas e urbanistas Cassia Regina Carvalho de Magaldi, Leila Regina Diegoli e Maria Rita Amoroso refletem sobre esse desastre urbano do ponto de vista da preservação do patrimônio na seção “Debate”.
“Nenhum impedimento técnico ou físico existe no sentido de dificultar intervenções de reforma e restauro para inserção de uso habitacional em imóveis reconhecidos como de valor histórico”, anotam Cassia Magaldi e Leila Diegoli.
“A gestão do patrimônio público tem relevância extrema no contexto contemporâneo (…), a fim de planejar uma destinação condizente com a conservação e promoção do reúso do patrimônio”, pontua Maria Rita Amoroso.
O professor da Unifesp, Pedro Fiori Arantes, na seção “Entrevista”, discute as estratégias para combater o problema do déficit habitacional do país.
“A gestão de estoque de terras, públicas e privadas, de parques de locação habitacional subsidiada, de atendimento de demanda desconcentrando a população, colaborando para equilibrar disparidades regionais –isso tem que ser uma política nacional”, afirma.
Os desafios e oportunidades da habitação social são o tema da seção “Universidade”. Em sua tese de Doutorado, Verônica Donoso investiga projetos habitacionais em São Paulo e em Santiago do Chile. “Uma questão importante é repensar a produção massiva de conjuntos habitacionais, que concentrem moradias em único trecho urbano”, diz a arquiteta e urbanista.
“Essa concentração, principalmente de habitações sociais, concentrará também vulnerabilidade urbana e social”.
Alerta contra a perda das atribuições privativas
Para proteger a sociedade e o exercício profissional, o CAU/BR, o CAU/SP e os demais CAU/UF lançaram um alerta contra os projetos de lei que querem revogar as atribuições privativas dos arquitetos e urbanistas. Leia sobre as iniciativas já realizadas em matéria especial nesta edição da Móbile.
A seção “Concurso” apresenta os projetos vencedores para o memorial às vítimas do incêndio da boate Kiss, com propostas de escritórios de São Paulo, Goiânia, Curitiba e Belo Horizonte.
E na seção “Ponto de Vista”, Letícia Mariotto aborda a importância do “Lighting Design” para o sucesso do ambiente construído. “A Arquitetura de Iluminação ainda é uma disciplina pouco conhecida nas suas particularidades de atuação”, afirma.
Outros destaques:
- Ferramentas tecnológicas permitem mais agilidade e transparência no atendimento à sociedade;
- Como a Comissão de Ética e Disciplina garante os direitos de defesa do arquiteto e urbanista;
- CAU/SP pede mais parcelas para facilitar o pagamento de anuidades;
- A promoção de conhecimento e capacitação;
- CAU/BR vai auxiliar MEC em supervisão do ensino superior; o combate aos diplomas falsos;
- Os planos para o aperfeiçoamento das atividades de fiscalização;
- Uma agenda para a política urbana e ambiental do Estado de São Paulo;
- Estágio: ensaio para a profissão e oportunidade para construir conhecimento.
Confira a versão digital da revista Móbile – edição#13.
Publicado em 11/07/2018
Da Redação