A globalização vem construindo novas formas de relacionamento entre as nações com impactos econômicos, sociais e trabalhistas. As perspectivas futuras permitem vislumbrar um profissional capaz de atuar além do território da sua nação.
A abertura do Seminário Internacional “Qualidade de Ensino e Mobilidade Profissional”, promovido pelo CAU/SP, no dia 27 de maio, levantou os primeiros desafios desse panorama, que foram debatidos ao longo do evento – projeto da Comissão de Ensino e Formação do CAU/SP, organizado em parceria com as comissões de Ensino e Formação e de Relações Internacionais do CAU/BR – realizado no Centro Universitário Belas Artes, na capital paulista.
José Roberto Geraldine Jr, presidente do CAU/SP, lembrou que o Brasil passa por um momento conturbado na área de Educação, com contingenciamento de recursos do setor. A expansão dos cursos de Arquitetura e Urbanismo é outro ponto que merece um debate criterioso diante dos desafios mundiais impostos para o trabalhador. “A contribuição do CAU/SP é para que possamos melhorar, a cada dia, a formação do profissional que chega ao mercado de trabalho”, pontuou Geraldine.
Atento às mudanças internacionais, o Centro Universitário Belas Artes já tem colocado em pauta as questões de internacionalização profissional, apontou Giovanni Campari, coordenador do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Instituição. “Esse debate vai ser bastante profícuo para todos nós”, disse Campari.
Pesquisa realizada pelo CAU/BR, aponta que 8% dos profissionais entrevistados já desenvolveram alguma atividade no exterior. Por isso, o Conselho tem buscado fortalecer o relacionamento com as instituições estrangeiras. “A acreditação é um projeto desde 2015 e que nós estamos continuando com todos os esforços para efetiva-lo”, explicou Luciano Guimarães, presidente do CAU/BR.
“A internacionalização da Arquitetura é uma realidade”, ressaltou Fernando Márcio de Oliveira, coordenador da Comissão de Relações Internacionais do CAU/BR. Ele lembrou que a mesma pesquisa mostra que 80% dos arquitetos e urbanistas têm a intenção de atuar em outro país.
“Nos EUA, 50% dos prédios são construídos por arquitetos que vêm de outros países”, contou Thomas Vonier, presidente da União Internacional de Arquitetos. O dirigente levantou ainda a importância de se discutir se estudantes de diversas nações devem ter uma mesma linha de estudo ou não.
Para Roberto Simon, vice-presidente da União Internacional de Arquitetos da Região III, o momento é de discutir com outros países formas de buscar reduzir as diferenças na formação e atuação profissional: “Nós temos que aprender mais e discutir mais e ver até onde podemos chegar”.
Andrea Arruda Vilella, conselheira federal representante das Instituições de Ensino Superior do CAU/BR, lembrou a importância do Seminário abordar o processo de acreditação dos cursos em desenvolvimento pelo CAU e de construir uma plataforma capaz de colaborar para o entendimento da situação atual. “Desejo que o nosso Seminário seja instigador”, ressaltou Vilella.
João Carlos Correia, presidente da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (ABEA), que representou o Colegiado de Entidades Estaduais de arquitetos e urbanistas (CEAU-SP) na abertura do evento, também ressaltou a importância do processo de acreditação dos cursos, principalmente diante da expansão da oferta de faculdades. Ele apontou que, hoje, são 700 instituições de ensino superior de Arquitetura e Urbanismo no país, sendo 180 delas no Estado de São Paulo. “Tenho preocupação ainda com o ensino a distância”, disse.
O coordenador da Comissão de Ensino e Formação do CAU/SP, José Antonio Lanchoti, lembrou que o Conselho ainda é muito novo e a discussão qualidade de ensino e formação é uma semente que deverá render importantes frutos. Ele disse que a proliferação da oferta de vagas nos últimos anos ampliou as preocupações com a população e ressaltou o papel do CAU nessa questão: “Quando o Conselho foi criado, veio com o objetivo de defender a sociedade”.
Veja como foram os debates realizados ao longo do Seminário Internacional Qualidade de Ensino e Mobilidade Profissional:
Perfis e Padrões de Qualidade no Ensino de Arquitetura e Urbanismo aquecem debate
Processos de Acreditação no mundo inspiram participantes
Arquitetos e urbanistas têm contribuído na transformação do mundo
O material das apresentações está disponível na íntegra no hotsite do evento
Confira: www.causp.gov.br/siqemp
Publicado em 31/05/2019
Da Redação