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O ABC recebeu, em Santo André, nessa última sexta-feira (02/10) mais uma etapa da 2ª Conferência Estadual de Arquitetos e Urbanista do CAU/SP, que tem como tema “O arquiteto, o projeto e a qualidade do ambiente construído”.

O evento que aconteceu na Secretaria de Cultura e Turismo, no auditório Eleny Guariybe, abordou temas pertinentes para a profissão. Resolução 51 que discorre sobre as atribuições do arquiteto, valorização do projeto executivo, reserva técnica, tabelas de honorários e ensino e educação continuada deram rumo ao bate papo e também as solicitações dos arquitetos da região.

O diretor financeiro adjunto, Roberto Moreno, abriu o debate falando sobre o déficit de arquitetos no estado de São Paulo e sobre a preocupação com a qualidade dos cursos de arquitetura e urbanismo. “Aqui no estado de São Paulo temos um arquiteto para cada 982 habitantes, esse número mostra que ainda temos poucos arquitetos formados e experientes para atender a população. Apesar de aumentar o número de cursos sendo criados, temos 457 cursos no Brasil sendo que 123 são só aqui em São Paulo, temos que estar atentos para ver se esses estudantes vão ter uma boa formação, se são cursos de qualidade”.

Roberto Nery, coordenador da regional ABC, ainda defendeu a importância do projeto executivo em todas as esferas. “O projeto executivo é fundamental para o nosso trabalho, tem que ser feito sempre. Nós estamos vendo que muitas licitações do governo não constam esse projeto técnico, e, principalmente na esfera pública isso é fundamental”.

Os arquitetos participantes também tiveram a chance de dizer o que precisa ser melhorado e ajustado. Priscila Designe, arquiteta formada na Unip (Universidade Paulista), salientou que o piso salarial para a profissão está devassado. “Precisa ter uma maior fiscalização para que a nossa profissão seja mais valorizada. Atualmente estou desempregada e nas entrevistas de trabalho que eu participo o salário é muito baixo. Na falta de experiência dos candidatos, eles aceitam ganhar pouco para ter uma bagagem mais lá na frente mas isso acaba refletindo nos outros profissionais que já tem experiência e precisam se recolocar no mercado de trabalho”.

Fabricio Tofoli, recém formado na UniABC, destacou que a qualidade de ensino nas universidades está muito abaixo do esperado. “As universidades muitas vezes não estão preparadas para dar um curso de qualidade para os alunos. Você acaba saindo da faculdade sem saber o básico e isso acaba impactando no salário e na nossa formação”.

Ao final do encontro foram escolhidas três representantes da região do ABC: as arquitetas e urbanistas Priscila Designe, Airlana Polzatto e Maria Passaretti. As representantes vão passar as ideias colhidas na etapa final da Conferência, que será em São Paulo, nos dias 25 e 26 de novembro.

Publicado em 06/10/2015
Carla Italia, de Santo André/SP