Debate aborda protagonismo das mulheres na Arquitetura e Urbanismo – CAU/SP

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Debate aborda protagonismo das mulheres na Arquitetura e Urbanismo

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12.03.2019

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Redação CAU/SP

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Debate aborda protagonismo das mulheres na Arquitetura e Urbanismo

 

“Quando eu ensino, todos os meus melhores estudantes são mulheres. E então elas desaparecem”, dizia a arquiteta britânica vencedora do prêmio Pritzker, Zania Hadid (1950-2016), sobre a falta de visibilidade feminina no mercado de trabalho.

No Dia Internacional da Mulher (08 de março), o CAU/SP promoveu o seminário “Mulheres na Arquitetura”, na capital paulista, em que as participantes debateram esse e outros questionamentos sobre o papel das arquitetas e urbanistas.

É o segundo ano em que o Conselho fomenta essa iniciativa, organizada pela Comissão Especial de Comunicação do CAU/SP sob coordenação da conselheira Nancy Laranjeira.

As arquitetas convidadas compartilharam sua trajetória profissional com uma audiência predominantemente de colegas e estudantes mulheres, apontando para a necessidade de mais discussões sobre o tema.

No Brasil, como mostrou uma pesquisa inédita do CAU/BR, Arquitetura e Urbanismo terá uma predominância feminina cada vez maior: na faixa etária dos 20 a 25 anos, 79% dos profissionais são mulheres; 72%, na faixa dos 26 a 30 anos.

No entanto, apesar de serem 63% do total de profissionais registrados, ainda são menos da metade (47%) dos responsáveis técnicos de empresas.

Na abertura do seminário, a diretora da FAU-Mackenzie (que sediou o evento), Angélica Benatti, mencionou a presença de Rosa Kliass, pioneira da arquitetura paisagística brasileira, na audiência.

Para a diretora da FAU, Kliass “de fato, representa a mulher na Arquitetura brasileira”.

Mais protagonismo no mercado

O campo de trabalho é vasto, e as mulheres ainda têm muito espaço a conquistar em termos de visibilidade e protagonismo, não só no mercado, mas também no campo institucional, indicaram as participantes do debate.

Desbravar campos profissionais foi, portanto, a grande tônica dos depoimentos.

A Coordenadora da Comissão de Patrimônio Cultural do CAU/SP, Maria Rita Amoroso, reforçou que a área da conservação do patrimônio, privativa dos arquitetos e urbanistas, ainda é muito carente de profissionais especializados.

Fabrícia Zulin, uma das arquitetas responsáveis pelo projeto das Casas Cubo em Diadema/SP, descreveu os desafios de atuar no campo da assistência técnica para habitação de interesse social. “A população não entende o que a gente faz, e é por isso que a população não contrata [arquitetos]”, afirmou.

Heloísa Pomaro e Miriam Addor abordaram como suas respectivas trajetórias profissionais, e a premência de buscar novos desafios, conduziram suas carreiras para áreas de ponta da Arquitetura e Urbanismo.

Enquanto Pomaro trabalha com projetos e obras pelo sistema construtivo “Light Steel Frame”, Addor, que é Coordenadora da Comissão de BIM do CAU/SP, tem atuado na propagação do uso desta ferramenta da Tecnologia da Informação entre os arquitetos e urbanistas brasileiros.

Leda Van Bodegraven, conselheira suplente do CAU/SP, chamou a atenção para a baixa quantidade de mulheres no gerenciamento de obras.

Já a Coordenadora da Comissão de Acessibilidade do CAU/SP, Silvana Cambiaghi, lembrou que a luta por um espaço no mercado não é uma questão somente de enfrentar eventuais sexismos, mas inclusive de obstáculos físicos, como a falta de acessibilidade na arquitetura do prédio de faculdade ou de locais de trabalho.

 

Mais protagonismo nas instituições

As participantes do seminário também enfatizaram a necessidade de as mulheres continuarem buscando a evolução de sua representatividade nas mais diversas instâncias.

“Eu me formei há 30 anos, e eu diria que nesses 30 anos (…) eu vejo aumentar o número de mulheres nas coordenações. E tem essa questão de que os cargos de chefia ou gestão ainda não são femininos. Pessoalmente, eu acho que é uma questão de tempo”, afirmou Luciana Schenk, presidente da ABAP (Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas).

A presidente do CAU/SC, Daniela Sarmento, abordou os vários círculos de conversa já realizados nos Estados para debater problemas de gênero, e pontuou que é preciso discutir a condição das mulheres em relação à profissão da Arquitetura e Urbanismo. Para Sarmento, é necessário também constituir uma discussão de gênero para o debate sobre a constituição das cidades.

O papel do CAU

Em suas diversas instâncias, o CAU procura fomentar o debate sobre a representação das arquitetas e urbanistas, o que foi abordado durante o seminário.

A conselheira federal suplente por São Paulo, Helena Ayoub, mencionou ainda a proposta do CAU/BR para a realização de ciclo de debates sobre as mulheres na Arquitetura e a constituição das cidades, preferencialmente em todos os Estados da federação.

No final de fevereiro, o CAU/BR, inclusive, assumiu um compromisso com o programa das Nações Unidas para a promoção da equidade de gênero.

Já o Fórum de Presidentes dos CAU/UF tomou a iniciativa de fomentar grupos de trabalho nos Estados para fazer o debate sobre esse tema.

“O Fórum resolveu instituir um grupo de trabalho com as nossas presidentes mulheres. Esse grupo foi constituído em decorrência da necessidade (…), da importância que nós damos para a discussão do gênero e da inclusão”, afirmou o presidente do CAU/SP, José Roberto Geraldine Junior. Atualmente, sete CAU/UFs (AC, BA, ES, PR, RO, SC e SE) são presididos por mulheres.

E a conselheira federal por São Paulo, Nadia Somekh, reforçou a necessidade de incrementar a participação feminina, lembrando que há somente sete conselheiras federais mulheres no CAU/BR de um total de 28. “Queremos maior representatividade dos arquitetos em geral, e das mulheres, que são maioria”, pontuou.

Publicado em 12 de março de 2019
Da Redação

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12.03.2019

Escrito por:

Redação CAU/SP

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