Como transformar promessas em realidade? Os prefeitos eleitos em 2024 têm em mãos um diagnóstico inédito sobre cidades: a consulta pública realizada pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), em parceria com o Colab Tecnologia e Serviços de Internet S.A e o ONU-Habitat, que trouxe um panorama dos principais desafios enfrentados pelas cidades brasileiras.
Com quase 12 mil participantes, a pesquisa captou percepções da sociedade e dos arquitetos e urbanistas de todas as regiões do país, revelando problemas urgentes e possíveis caminhos para o futuro do planejamento urbano.
Entre os temas abordados, a mobilidade urbana foi apontada como uma das questões mais críticas, mencionada em praticamente todas as regiões do país.
A falta de investimentos em transporte público de qualidade, somada ao crescimento desordenado das cidades, foram identificadas como entraves à melhoria da qualidade de vida.
A habitação também ganhou destaque, com a maioria dos participantes ressaltando necessidade de políticas públicas que garantam moradia adequada, especialmente para as populações de baixa renda.
O déficit habitacional e a precariedade das áreas urbanas informais apontam para a urgência de ações que integrem infraestrutura e promovam a requalificação de favelas.
Outro ponto importante foi a preparação das cidades para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas. Os dados indicaram que muitas cidades brasileiras ainda não estão preparadas para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas e dos desastres naturais, como enchentes e deslizamentos.
A falta de planos de contingência eficazes e estratégias de adaptação climática foram identificadas como desafios urgentes a serem abordados.
“Os resultados da consulta deixam claro que a Nova Agenda Urbana oferece um caminho estratégico para enfrentar esses desafios, com foco na inclusão, sustentabilidade e resiliência”, afirma o coordenador da Comissão Especial de Relações Institucionais do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CRI-CAU/BR), Kleyton Marinho (AM).
Participação cidadã e diversidade regional
A pesquisa reforçou a importância da participação cidadã nos processos de decisão. O engajamento da sociedade civil e dos arquitetos e urbanistas é essencial para a construção de cidades mais inclusivas e democráticas. O CAU/BR desempenha um papel crucial, conectando as demandas da população à formulação de políticas públicas.
No panorama regional, o Sudeste liderou a participação, representando 64% das respostas, reflexo de sua alta densidade populacional e nível de urbanização. São Paulo e Rio de Janeiro lideraram em números absolutos, mas cidades menores como Niterói e São Gonçalo também se destacaram, demonstrando como ferramentas digitais, como o Colab, podem aumentar a adesão popular.
Cerca de 30% dos participantes foram arquitetos e urbanistas, enquanto o restante representou a sociedade civil, mostrando uma pluralidade de perspectivas. A diversidade socioeconômica foi evidente, com representações de diferentes faixas etárias, gêneros e regiões do país.
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Próximos passos e impactos esperados
Os resultados da consulta oferecem subsídios valiosos para pautar discussões estratégicas com prefeitos e vereadores que assumem seus mandatos em 2024. Entre os destaques estão a necessidade de políticas intermunicipais, como sugerido pelo Estatuto da Metrópole, e a integração entre habitação, mobilidade e resiliência climática.
Os dados também reforçam a importância de planos de longo prazo que, além de responderem às demandas imediatas, projetem um futuro sustentável para as cidades brasileiras.
Fonte: CAU/BR.