Conferência sobre mudanças climáticas e adaptação urbana fomenta debate sobre papel da Arquitetura e Urbanismo – CAU/SP

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Conferência sobre mudanças climáticas e adaptação urbana fomenta debate sobre papel da Arquitetura e Urbanismo

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11.11.2024

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Redação CAU/SP

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Conferência sobre mudanças climáticas e adaptação urbana fomenta debate sobre papel da Arquitetura e Urbanismo


“As pessoas ainda não estão admitindo que estamos vivendo um colapso”. O alerta da arquiteta e urbanista, e professora da UnB Liza Andrade marcou o início dos debates realizados na sede do CAU/SP no Centro Histórico da capital, e que integraram a programação da conferência internacional São Paulo Meeting 2024 (saiba mais abaixo).

Na segunda-feira, 04/11, ocorreram dois painéis de discussão: o primeiro dedicado à política urbana, e o segundo, às questões de “governança adaptativa” e transição das cidades.

Na abertura, a presidente do CAU/SP, Camila Moreno de Camargo, salientou a importância de o Conselho participar dos debates envolvendo mudanças climáticas.

“Quando nós tratamos da emergência climática, dos impactos das mudanças climáticas nas cidades brasileiras e mundiais, falamos de uma questão absolutamente urgente para a qual, nós, arquitetos e urbanistas, devemos ser convocados, de algum modo, a participar e a contribuir”.

Mudanças climáticas, política urbana e adaptação das cidades

No início do primeiro painel do dia, o professor da UFSCar, Luiz Falcoski, salientou que não é possível pensar na problemática das mudanças climáticas sem pensar na “dimensão participativa e da inclusão social” e em “uma nova economia”. Ele destacou ainda alguns objetivos destes painéis: fomentar a formação de profissionais para a prevenção e mitigação de riscos e desastres climáticos; promover processos de inteligência coletiva e colaborativa para Assessorias Técnicas de Interesse Público; e estabelecer e ampliar parcerias institucionais.

As contribuições subsequentes apontaram os riscos envolvidos das mudanças climáticas, principalmente para as populações mais vulneráveis, e possíveis saídas pelo campo da Arquitetura e Urbanismo.

A professora Liza Andrade abordou o tema da ‘governança adaptativa’ para a transformação das políticas pública face aos desafios da emergência climática, e detalhou o plano para a gestão de riscos na comunidade Sol Nascente no Distrito Federal. Este plano é uma parceria entre a UnB e a Secretaria Nacional das Periferias (Ministério das Cidades), no âmbito do programa federal “Periferia Sem Risco” (*).

O professor da IAU-USP -São Carlos, Jeferson Tavares, destacou que o papel da infraestrutura urbana mudou desde o final do século XIX, e que há necessidade de uma transformação. Também reforçou a importância dos arquitetos e urbanistas se envolverem no debate sobre a adaptação da infraestrutura urbana, principalmente num contexto de eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes.

Assista às palestras e intervenções:

Liza Andrade (UnB): clique aqui para assistir 

Jeferson Tavares (IAU – USP- São Carlos): clique aqui para assistir

Governança e adaptação das cidades

No segundo painel do dia, a professora da University of Freiburg (Alemanha), Cathrin Zengerlin, se debruçou sobre o papel da lei no planejamento para a transição das mudanças climáticas, descrevendo as transformações ocorridas nas cidades alemãs.

Ela reforçou que a resolução dos problemas trazidas pelas mudanças climáticas deve ser pensada numa perspectiva de longo prazo, e que a questão da sustentabilidade das cidades deve ser abordada não somente em nível local, mas também em nível global.

Marise Costa, professora no Departamento de Direito Público da UFRN, pontuou aspectos da legislação brasileira no que se refere às mudanças climáticas e planejamento urbano, e trouxe o estudo de caso de Natal (RN), que enfrenta graves problemas de erosão costeira, e onde obras de contenção foram feitas desconsiderando estudos científicos e a escuta das comunidades locais.

Assista às palestras:

Cathrin Zengerlin (University of Freiburg): clique aqui para assistir 

Marise Costa (UFRN): clique aqui para assistir

Visita técnica

Dentro da programação do SP Meeting houve a realização de visitas técnicas a estudos de caso, com a colaboração do CAU/SP. No dia 06/11, houve a visita à Central de Movimentos de Luta pela  Terra – CMLT em Americana. Esta central reúne as cooperativas Braço Forte, Camponesa e Maranata, Acampamento Roseli Nunes, Ocupação Monte Verde e os Assentamentos Milton Santos em Americana, e Elisabeth Teixeira em Limeira, São Paulo.

Nesta ação, foram observadas  as práticas de produção sustentável da cooperativa, proporcionando a troca de conhecimentos sobre soluções e dificuldades operacionais, reforçando a importância de parcerias científicas para o desenvolvimento local.

SP Meeting 2024

Evento internacional dedicado a discutir a emergência climática, a adaptação das cidades e a necessidade de cooperação global, a SP Meeting 2024 recebeu apoio institucional do CAU/SP. Entre os dias 04 e 08/11, os participantes puderam assistir a debates sobre sistemas de drenagem urbana, gestão da água, poluição do ar, entre outros temas fundamentais para a adaptação das cidades brasileiras.

O evento na sede do Conselho teve apresentação da conselheira Márcia Mallet, Coordenadora da Comissão de Política Urbana, Ambiental e Territorial (CPUAT – CAU/SP), e do conselheiro Rafael Ambrosio, Coordenador da Comissão de Relações Institucionais (CRI-CAU/SP), com mediação pelos arquitetos convidados Luiz A. Nigro Falcoski (UFSCar) e Eduardo Gresse (University of Hamburg), e relatoria do conselheiro Lucas Cestaro (CPUAT).

Assista à gravação integral dos painéis “Mudanças climáticas, política urbana e adaptação das cidades” e “Governança para a transição das cidades” pelo canal do CAU/SP no portal YouTube (clique aqui).

O restante dos painéis e debates da SP Meeting 2024 está disponível no canal da FAU Mackenzie no YouTube: (clique aqui)

(*) O programa ‘Periferia Sem Risco” trata de ‘fortalecer o desenvolvimento de capacidades locais de infraestrutura, planejamento, informação e participação social para enfrentamento das desigualdades e redução das vulnerabilidades relativas a riscos de deslizamento e inundação nas periferias brasileiras”.

 

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11.11.2024

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