O Plenário do CAU/SP aprovou em sua reunião do dia 11/07 manifestação da Comissão Temporária de Acessibilidade dirigida à sociedade sobre como minimizar os riscos de contágio do novo coronavírus.
Veja abaixo a íntegra deste documento:
Manifestação da CT Acessibilidade do CAU/SP
sobre como a acessibilidade pode minimizar os riscos ao COVID-19
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo -CAU/SP, por meio da sua Comissão Temporária de Acessibilidade, vem a público se manifestar sobre a importância da acessibilidade para a redução da proliferação do novo coronavírus – COVID-19 diante do cenário de isolamento social determinado pelas instâncias governamentais de saúde.
São em grandes acontecimentos da humanidade que a sociedade revê conceitos e antigos costumes. Diante dessas situações de confronto, onde o ser humano perde sua desejável segurança ao desenvolvimento de sua vida cotidiana, no lar, no ambiente de trabalho, onde se vê em situações de hesitação, de impasse; é o momento de repensar e buscar mudanças, levando, muitas vezes, a uma reestruturação, inclusive, no ato de projetar, no caso de arquitetos e urbanistas.
Neste momento de COVID-19, nós, arquitetos e urbanistas, devemos procurar alternativas, recursos, tecnologias, ou seja, medidas diretamente ligadas à diminuição da taxa de infecção e, assim estarmos entre as melhores formas de criar confiança, em frequentar lojas, bares e restaurantes e na volta dos funcionários ao local de trabalho. E é na aplicação dos critérios e parâmetros da acessibilidade que hoje encontramos parte destas soluções.
Existem inúmeros requisitos de acessibilidade que são imprescindíveis nesta nova forma de projetar:
- Maçanetas tipo alavanca, em que com o cotovelo é possível abrir a porta;
- Automação de portas através de sensores ou botoeiras por sensor;
- Acionamento automático por aproximação de equipamentos como torneiras, saboneteiras, ‘dispensers’ de papel, válvulas de descarga, portas álcool-gel, etc;
- Sanitários com entrada independente e boxes completos com portas mais largas e dimensão maiores, onde não seja necessário encostar em paredes, louças e portas permitindo assim seu uso individual, associado com a higienização por meio do tratamento com ozônio ou luz ultravioleta;
- Larguras de corredores mais adequadas e generosas, com mãos de direção devidamente sinalizada;
- Proporcionar mais espaços abertos entre móveis e corredores, para garantir circulação livre e desimpedida sem contato físico pelos transeuntes;
- Janelas mais amplas e com ventilação, bem como seu acionamento por automação ou mecanismos de alavanca de fácil manuseio.
- Estações de trabalho com divisórias/biombos, de material de fácil higienização, com transparência para que pessoas com deficiência auditiva mantenham visibilidade de seus colegas;
- Ampliação de produtos com acionamentos por voz ou comando pelos olhos.
Seguem exemplos de como as Normas de Acessibilidade, que solicitam áreas de manobra de 1,50m, vem ao encontro dos atuais manuais de prevenção ao COVID-19 em escritórios:
FONTE: Acessibilidade – Mobilidade Acessível na cidade de São Paulo – 2007 Publicação Secretaria Especial da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida – SEPED Figura 79
FONTE: http://perkinswill.com/road-map-for-return/# acesso em 25/06/2020
A expressão projetar significa ir à frente, “crear”, e o adjetivo arquiteto vem do grego como “chefe da técnica”. Esta época contemporânea nos oferece tecnologias cada vez mais eficazes.
Dimensionamos a luz, o calor, o som para o mais perfeito conforto do ser humano. Está tudo aqui e agora, quase que incomensurável e incrível à nossa mente; devemos saber que é este o poder que nos caminha à direção do que é mais fascinante: o bem-estar do ser humano, o nosso bem-estar.
“BASTA A MÃO DO ARQUITETO!”
Comissão Temporária de Acessibilidade
Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo
CT Acessibilidade – CAU/SP
Publicado em 20/07/2020
Da Redação