Apoiado por meio de parceria de fomento do CAU/SP, o livro “Infinito Vão” foi lançado no último dia 22/03, durante o evento “Ciclo de Conversas Infinito Vão: Brasil”, realizado no Instituto Moreira Sales, na capital paulista. A atividade é uma extensão da exposição homônima que está em cartaz até 28 de abril na Casa da Arquitectura em Matosinhos, Portugal.
Sob a curadoria de Fernando Serapião, Guilherme Wisnik e Nuno Sampaio, o Ciclo de Conversas recebeu no primeiro dia de atividades três dos principais fotógrafos da área de Arquitetura e Urbanismo no Brasil: Cristiano Mascaro, Nelson Kon e Leonardo Finotti. Os profissionais dividiram com os participantes um breve relato sobre suas carreiras, em mesa sob o tema “Imagens Arquitetônicas” – mediada por Fernando Serapião.
Para os convidados a fotografia atua como difusora da Arquitetura e Urbanismo e tem um papel didático por meio de publicações históricas e de muita qualidade.
Em seguida, aconteceu a mesa “Cultura e Arquitetura” com a participação do Diretor do SESC-SP, Danilo Miranda, do arquiteto e urbanista, Marcelo Ferraz, do arquiteto e urbanista e conselheiro do CAU/SP, Vinícius Andrade, e do consultor de programação do IMS, Lorenzo Mammí – coordenada por Nuno Sampaio.
“O mundo da Arquitetura faz parte do nosso programa”, disse o Diretor do SESC-SP, ao relatar o valor histórico que a Instituição reserva aos projetos das Unidades.
Após os debates, ocorreu o lançamento do livro “Infinito Vão”, que apresenta mais de 100 projetos concebidos entre 1928 e 2018, num arco de 90 anos de arquitetura brasileira, com ensaios sobre o tema da autoria do francês Jean-Louis Cohen, do argentino Adrián Gorelik e da portuguesa Ana Vaz Milheiro, entre outros.
A conselheira e coordenadora da Comissão Especial de Patrimônio Cultural do CAU/SP, Maria Rita Amoroso, representou o Presidente do CAU/SP no evento.
Paulo Mendes da Rocha encerra encontros
Na manhã do dia 23/03, o segundo dia do encontro debateu a influência da Arquitetura na cultura e no cotidiano. Participaram da primeira mesa os professores de Arquitetura e Urbanismo e críticos de arte Agnaldo Farias e Giselle Beiguelman, além do arquiteto e urbanista Guilherme Winisk, autor do livro “Dentro do Nevoeiro”, foco do bate-papo entre eles.
A obra de Wisnik apresenta oito ensaios que em comum têm a névoa como metáfora para o mundo contemporâneo, em situações diversas. Como, por exemplo, o vidro utilizado nas construções modernistas, dando lugar a construções de aparência leitosa, translúcida, como a do prédio do Instituto Moreira Sales, onde o evento foi realizado. “O livro nasceu da minha tese de doutorado, defendida em 2012, mas quase que reescrita ou totalmente transformada. O mundo mudou muito depois de 2013”, justificou Wisnik.
Na segunda e última mesa, ao lado de Nuno Sampaio, Wisnik convidou para uma conversa o premiado arquiteto e urbanista Paulo Mendes da Rocha. Entre outros pontos, ele falou sobre a centralização nas metrópoles e projeto de casas populares.
“A grande virtude de uma casa, principalmente popular, imaginando que é de um trabalhador que acorda cedo e tem que se dirigir ao trabalho, é o endereço. Nas casas populares isso passa longe”, disse ao criticar as áreas onde os projetos são construídos, distantes dos grandes centros urbanos. “Tudo que fazemos deve ter uma razão política”, concluiu Paulo Mendes da Rocha.
Leia mais: Arquitetura além-mar
Publicado em 28/03/2019
São Paulo/SP