[nggallery id=58]
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (CAU/SP) realizou mais uma etapa preparatória da 2ª Conferência Estadual de Arquitetos e Urbanistas, dia 17 de outubro, em São José dos Campos (Vale do Paraíba), na Câmara Municipal.
O encontro reuniu arquitetos, estudantes e representantes da sociedade que debateram o tema “O arquiteto, o projeto e a qualidade do ambiente construído”. O público discutiu sobre a resolução nº 51, que abriga as atribuições e deveres dos arquitetos; projeto executivo; reserva técnica e suas implicações; honorários profissionais e ensino e formação continuada.
Altamir Fonseca, diretor técnico do CAU/SP, destacou que oito dos 36 municípios do Vale do Paraíba ainda não contam com arquiteto nas prefeituras. Para ele, essa realidade precisa de profundas mudanças: “Não dá para conceber cidades sem arquitetos”.
Antonio Celso Marcondes Pinheiro, conselheiro do CAU/SP e coordenador do encontro regional, lembrou ainda que a região conta com 2.704 profissionais. “Estamos distantes do mercado. Essa região representa um poder econômico alto e significativo”, avaliou.
O arquiteto Flavio Brant Mourão discutiu o tema Projeto Executivo/Qualidade do Ambiente Construído e mostrou sua preocupação com processos que não atendem às exigências técnicas do setor. “A arquitetura mata não apenas porque ela pode cair, mas também por criar um ambiente doente”, analisou.
Na palestra sobre Ética/Reserva Técnica e suas Implicações, o conselheiro federal do CAU/BR por São Paulo, Renato Nunes, destacou que “a ética é uma questão de postura”. Para ele, a reserva técnica é uma postura que precisa ser combatida. “O CAU criou uma campanha para esclarecimento sobre reserva técnica”, disse.
O coordenador da 2ª Conferência do CAU/SP, conselheiro Ronaldo Taminotto, ressaltou ainda a importância de vencer a batalha narrativa sobre reserva técnica. “Precisamos parar de chamar de reserva técnica. Eu tenho chamado de propina técnica”, sentenciou.
Dilene Zaparolli, conselheira do CAU/SP e coordenadora da conferência regional, explicou que a instituição tem buscado estabelecer regras para melhorar o equilíbrio do trabalho entre os profissionais. “A tabela é uma forma de não ser desleal e coibir a concorrência desleal”.
A região do Vale do Paraíba conta com oito cursos de Arquitetura e Urbanismo, sendo um público, afirmou Débora Pinheiro Frazatto, Diretora de Ensino e Formação do CAU/SP. Para ela, o avanço da abertura de novas unidades nem sempre foi acompanhada da melhora da qualidade do ensino. “A partir (do ano) 2000, a Educação passa a ser vista como negócio internacional”, avaliou.
Durante o evento, foi realizada a votação para os representantes da região no encontro estadual. Os arquitetos Fernanda Vierno de Moura, Ivo Sakamoto e Flavio Brant Mourão foram os escolhidos pelos participantes.
Publicado em 20/10/2015
Edmir Nogueira, de São José dos Campos/SP