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A reflexão sobre a presença e a relevância feminina no campo da Arquitetura e Urbanismo, tanto nas questões de produção acadêmica e do ensino, quanto no planejamento arquitetônico e urbanístico dirigido à vida da mulher na sociedade.
Este foi o foco do Seminário Internacional “Onde estão as mulheres Arquitetas?”, que abriu os trabalhos no último 16, no Centro Cultural São Paulo, na capital, e que reuniu professores e alunos de diversas universidades e profissionais de destaque nos âmbitos nacional e internacional.
O evento, que contou com o patrocínio do CAU/SP, –no âmbito do Edital de Parcerias de 2016– encerra neste dia 19.
Mapeamento da atuação da mulher
O presidente do CAU/SP, Gilberto Belleza, falou sobre a importância do evento e mencionou o censo realizado pelo CAU/BR em 2012, no qual foi identificada uma crescente proporção de mulheres atuando na profissão.
“O mapeamento é importantíssimo para que conheçamos o presente e o futuro da profissão, nesse âmbito, o presente evento contribuirá muito para identificarmos como e onde as arquitetas estão atuando”, disse.
Reconhecimento
Neste primeiro dia do seminário, as palestrantes debateram o reconhecimento da atuação da mulher no campo da Arquitetura e Urbanismo.
A profª Drª Ana Paula Koury, da Universidade São Judas Tadeu, lembrou da importância do trabalho de Mayumi Watanabe de Souza Lima, que apesar de grande atuação política e profissional, não tem registros fotográficos ou de suas obras disponíveis na internet.
A Profª Drª Maribel Aliaga, da UnB, lembrou que o movimento feminista dentro da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo desta instituição é bastante forte, mostrando os números de alunos regulares desde 1966.
Maribel apontou o crescimento de alunas a partir de 1975 e uma virada que se deu no ano de 1982, quando o percentual de mulheres chegou a 66%.
“É muito importante lembrar a luta feminista e política das alunas de Arquitetura e Urbanismo da UnB, que tem 3 linhas de atuação: as rodas de conversa, a biblioteca feminista e o mapeamento de egressas da universidade, com os números apresentados aqui de 1966 a 2016”, concluiu.
Ana Paula Koury expôs as mudanças nos espaços destinados às mulheres nas casas quando elas passaram a ocupar o mercado de trabalho.
“O princípio da visibilidade das mulheres se deu não apenas ocupando o mercado de trabalho, como projetando espaços e fazendo parte do imaginário de arquitetos, que começaram a pensar na presença feminina em seus planos de edificações e urbanismo”.
Mulheres na construção de Brasília
A professora Tânia Fontenelle, doutoranda em história cultural, memórias e identidades pela UnB, apresentou um extrato de dez minutos do seu filme “Poeira & Batom”, sobre as vidas de 50 mulheres durante a construção de Brasília.
“É certo que havia poucas mulheres durante o nascimento de Brasília, mas elas estavam lá, e a partir desse mote, iniciou-se o trabalho de estudar e garimpar a história e a contribuição dessas mulheres na construção da capital brasileira”, relatou.
Publicado em 18/05/2017
Da Redação