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O Seminário de Empreendedorismo e Novas Tecnologias em Arquitetura e Urbanismo, realizado no último dia 05/05 na capital paulista, reuniu especialistas em torno da discussão das estratégias e oportunidades abertas para os profissionais que buscam empreender nas áreas da Arquitetura Social e Comercial.
O evento foi uma iniciativa da Comissão de Política Profissional do CAU/BR (CPP-CAU/BR), e reuniu representantes de entidades protagonistas do processo construtivo para a discussão de estratégias para o desenvolvimento do empreendedorismo.
Oportunidades profissionais
Laura Marcellini, diretora técnica da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), falou das oportunidades profissionais no atual cenário para o setor da construção. Para ela, o ritmo da economia em 2017 não deve ser tão ruim como foi nos últimos dois anos. E acredita em um crescimento “comportado” daqui para frente.
“Mas o próximo ciclo de crescimento deve ser diferente do que tivemos anteriormente. Os clientes mudaram e temos que estar preparados para isso. Será um futuro diferente do que já passamos até aqui. Não dá mais para fazer o que se fazia há 10 anos”, alertou a diretora sobre o nível de exigência dos consumidores. Ela ressaltou a importância de investimento por parte das empresas para atender essas novas exigências.
A visão de que há oportunidades na crise foi compartilhada também por José Carlos Araújo, diretor da Escola do Varejo (Anamaco). “Independentemente da crise, há oportunidades. Mas, hoje, o cliente quer novas experiências. Não tem mais espaço para brincadeira nesse negócio. As lojas precisam focar no atendimento das necessidades dos clientes, promover vendas especializadas, se transformar em referência”, diz o diretor.
Ele cita, por exemplo, a importância dos vendedores conhecerem todas as etapas de uma construção ou de uma obra para garantir um melhor atendimento. “Loja que não tiver visão nenhuma de negócio vai fechar”, sentenciou Araújo.
Atender à população de baixa renda
O mercado de pequenas obras o tema da palestra apresentada pelo professor Gil Barros, do Departamento de Tecnologia da FAU/USP – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Para ele, ainda existe uma dificuldade entre os arquitetos e urbanistas em enxergar oportunidade de negócios no atendimento à população de baixa renda.
“É uma oportunidade de negócio como outra qualquer”, disse o professor, lembrando o caso da Dona Dalva, que construiu sua premiada casa em São Paulo por R$ 150 mil, projetada por um escritório de Arquitetura. “O arquiteto deve treinar o pensamento estratégico para poder mudar não apenas o projeto, mas também revisar outros elementos de modelo de negócios”, acrescentou.
O professor João Meyer, também do Departamento de Tecnologia da FAU/USP, destacou a necessidade do arquiteto entender que não deve mais se limitar a apenas fazer e entregar um projeto ao seu cliente, em se ater somente ao desenho e não ao empreendimento.
“A alma do capitalismo é a inovação. Seja um consultor do seu cliente. Assim, você não estará esperando alguém bater na sua porta. Não existe um bom escritório de arquitetura se não tiver também um bom trabalho de venda”, concluiu Meyer.
Também participaram do evento a arquitetura e urbanista Sandra Cristina Bertoni Serna Quinto, da Gerência Nacional de Meio Ambiente da Caixa Brasília, que falou sobre a influência do condicionante “crédito” na decisão do empreendedorismo; de Mário Vieira – Diretor da ONG Habitat para a Humanidade no Brasil, que abordou o empreendedorismo em Arquitetura e Urbanismo Social; Fernando Assad, coordenador do Projeto Vivenda, falando sobre projeto e execução de Arquitetura em Habitação Social; e Alban Drouet, coordenador da Inova Urbis, que falou sobre parceria privada para Projetos Arquitetônicos em Habitação Social.
Publicado em 09/05/2017
De São Paulo/SP