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A importância sobre o debate do ensino de Arquitetura e Urbanismo no país foi um dos destaques dados pelos participantes da abertura do VI Seminário de Integração do CAU, que aconteceu nos dias 11 e 12 de maio, no Centro Universitário Belas Artes de São Paulo (Febasp), na capital paulista. O evento foi organizado pela Diretoria de Ensino e Formação do CAU/SP e pelas Comissões de Ensino e Formação do CAU/BR e do CAU/SP, reunindo coordenadores de curso, docentes e representantes de Comissões de Ensino dos CAU/UF.
O diretor em exercício de Ensino e Formação do CAU/SP, Paulo Canguçu Burgo, abriu o evento agradecendo a participação dos presentes. “Na construção desse evento, tivemos a felicidade de contar com grandes parceiros”, enfatizou.
Na ocasião, o Presidente do CAU/BR, Haroldo Pinheiro, apontou as novas situações que impactam a formação profissional, como o ensino à distância (EAD) e as novas tecnologias. O dirigente lembrou ainda a importância do encontro para a categoria: “nessas reuniões, ouvimos a todos, trocamos ideias, podemos ver as características de cada estado, contribuindo muito para melhorar nossas discussões”.
Gilberto Belleza, presidente do CAU/SP, destacou a importância do debate sobre a acreditação dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e ressaltou ainda que somente o Estado de São Paulo conta com aproximadamente 140 escolas na área, que formam de 4 a 8 mil profissionais anualmente. “Nosso papel fundamental é discutir argumentos para combater questões irregulares”, explicou.
O ensino de Arquitetura e Urbanismo passa por um período marcado pela evolução dos cursos EAD, apontou José Roberto Geraldine Jr., coordenador da Comissão de Ensino e Formação do CAU/BR e Conselheiro Federal representante das Instituições de Ensino do CAU/BR. “Esse é um momento importante para os participantes nivelarem as informações e leva-las para seus estados, seja nas plenárias ou nas comissões”, disse Geraldini.
O coordenador da Comissão de Ensino e Formação do CAU/SP, Flávio Marcondes, lembrou ainda que o CAU completou apenas 5 anos, com muitos desafios pela frente. “Acho muito importante esse debate entre todos nós, arquitetos”, afirmou.
Por fim, Ênio Moro Jr. coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da Febasp, agradeceu a realização do evento na unidade, que realizou também sua Semana de Arquitetura, com diversos eventos na área. “Esta semana é especial na escola. Desejo boa sorte nesse seminário”, declarou.
Programa de acreditação de cursos do CAU/BR
Com o propósito de contribuir para a melhoria da qualidade do ensino de Arquitetura e Urbanismo no país, o CAU/BR desenvolveu o Programa de Acreditação de Cursos. Este tema também foi debatido no encontro, traçando o conceito, ainda novo no país, que prevê a avaliação externa das faculdades da área.
“A Acreditação sinaliza para os estudantes e o para o público se uma instituição ou programa atende aos padrões adequados de ensino”, explicou o arquiteto Fernando Costa, coordenador adjunto da Comissão de Ensino e Formação do CAU/BR.
A proposta é realizar um projeto piloto até o final de 2017 com instituições educacionais de várias regiões brasileiras. O modelo foi desenvolvido durante um longo debate com diversos representantes dos estados e estudos de programas similares em outros países. As escolas interessadas poderão investir financeiramente para conquistar uma espécie de “Selo de Qualidade”, a partir da avalição de profissionais do CAU/BR.
Segundo Fernando Costa, a demanda social pela implantação de processos avaliativos de formação profissional e a oportunidade de adoção, por parte do CAU/BR, de ações que contem com ampla repercussão na opinião pública podem contribuir para a melhoria da qualidade do ensino. “Esse é um dos princípios do Arcu Sul”, explica o arquiteto sobre o Programa de Acreditação Regional de Cursos Universitários do Mercosul.
Formação e estágio em Arquitetura e Urbanismo
No segundo dia do evento, o diretor em exercício de ensino e formação do CAU/SP, Paulo Canguçu Burgo, chamou à mesa o conselheiro federal do CAU/BR pela Paraíba, Hélio Cavalcanti da Costa Lima, além de Fernando Costa e Flávio Marcondes.
Hélio Cavalcanti da Costa Lima falou sobre a importância da extensão universitária e levantou alguns problemas como conflitos de concorrência no mercado e desvios da função educativa e social. “Entretanto, temos exemplos de casos de boas práticas que ainda estão fora da legalidade”, ponderou Lima.
Fernando Costa explicou que a instituição da empresa júnior nas IES é válida para se complementar a formação que a escola não pode dar. O problema é quando ela começa a atuar efetivamente e percorrer caminhos autônomos sem o conhecimento do tutor, o que pode configurar atividade profissional irregular. “É importante estarmos presentes para auxiliar na construção desse limite de atuação”, advertiu o conselheiro.
Já Flávio Marcondes ressaltou a boa influência do estágio na formação do estudante. “É importante ajudar os alunos a seguirem os próprios passos e não limitar, apontando o que não se pode fazer”. Marcondes lembrou que a maioria dos profissionais reconhece que grande parte do aprendizado se deu na prática.
Helio Lima ainda ressaltou que a discussão sobre a atuação das instituições de ensino e das empresas júnior deve se tornar mais ampla e procurar resolver os problemas de maneira não repressiva, e sim política. Em seguida, os participantes do seminário puderam levantar questões e falar sobre suas experiências.
Ações descentralizadas da CEF CAU SP
Na sequência do evento, os conselheiros Flávio Marcondes e Vera Santana Luz, Coordenador e Coordenadora Adjunta da Comissão de Ensino e Formação do CAU/SP, apresentaram o projeto de Ações descentralizadas que tem como objetivo principal o estreitamento da relação do CAU/SP com as IES por meio de diálogos regionalizados entre os membros da comissão e os representantes dos cursos de Arquitetura e Urbanismo. Indicaram seus resultados e propostas na continuidade dos trabalhos até final do mandato.
O ensino no Brasil e em São Paulo
Na mesa de discussões sobre o quadro do ensino no estado e no Brasil, José Roberto Geraldine Jr Coordenador da Comissão de Ensino e Formação do CAU/BR e Paulo Canguçu Burgo, Diretor de Ensino e Formação do CAU/SP, mostraram um panorama dos cursos de Arquitetura e Urbanismo no Brasil e em São Paulo. Os números apresentados também passaram pelo levantamento de arquitetos em atividade em São Paulo, estado com a maior concentração de profissionais ativos.
A graduação em Arquitetura e Urbanismo nas modalidades presencial e EaD foi o tema da mesa que teve como palestrante o coordenador Comissão de Ensino e Formação do CAU/CE, Euler Sobreira Muniz. Ele apresentou as várias estratégias pedagógicas que podem ser utilizadas para melhorar o processo ensino-aprendizagem, entre elas as aulas por videoconferência.
Explicou ainda que as novas tecnologias podem ajudar no ensino quando bem utilizadas. “São formas alternativas de ampliar o conhecimento, e as trabalhamos também como reforço. Ambientes virtuais de aprendizagem são bons como complemento ao aprendizado, e são boas formas de aproximar o aluno em tempo real”, conclui Muniz.
Paralelamente, uma reunião entre as equipes técnicas dos CAU/UF debateu ações e estratégias conjuntas de ação.
Uma última mesa do evento foi formada para apresentar o balanço das contribuições obtidas nos dois dias de atividades. Também foram feitos agradecimentos aos participantes que vieram de outros estados para colaborar com o Seminário e a todos os presentes por enriquecer o debate.
Publicado em 18/05/2017
De São Paulo/SP