O Jornal da Band apresentou reportagem que denuncia a ilegalidade da chamada “reserva técnica”, nome pelo qual ficou conhecida a comissão financeira paga por fornecedores de produtos e lojistas pela indicação junto a clientes da área da construção. Na reportagem, a prática é chamada de “propina disfarçada de comissão”.
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Um caso destacado é o de uma arquiteta e urbanista que, em depoimento à Polícia Federal, admitiu ter recebido comissões de lojas por obras realizadas em endereços ligados ao ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. Entrevista da coordenadora da Comissão de Ética do CAU/SP, Anita Afonso Ferreira, destaca que trata-se de uma comissão ilegal e antiética.
“É um nome bonito para propina”, diz.
A reportagem entrevista também um comerciante de São Paulo que decidiu interromper a prática. “Desde que começou a Lava-Jato nós resolvemos parar com essa prática que consideramos como corrupção”, afirma o lojista. “Quando o cliente ia com um determinado profissional, a loja dava desconto para o cliente. Hoje em dia a loja para o profissional para levar o cliente – sem o cliente saber”.
O Jornal da Band destaca ainda que a “reserva técnica” provoca concorrência desleal. “Mas o consumidor é o maior prejudicado, já que o valor poderia ser dado como desconto ao cliente”, afirma o repórter Rodrigo Hidalgo. A conselheira do CAU/SP destaca ainda que essa prática prejudica também o conjunto de profissionais de Arquitetura e Urbanismo. “Essa pessoa não está só infringindo o código, mas acabando com a profissão dela”.
A reportagem foi exibida no dia 21/06/2018.
Publicada no dia 29/06/2018
Fonte: CAU/BR