Encontro de arquitetos e urbanistas reflete sobre novas frentes de trabalho – CAU/SP

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Encontro de arquitetos e urbanistas reflete sobre novas frentes de trabalho

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28.09.2018

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Redação CAU/SP

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Encontro de arquitetos e urbanistas reflete sobre novas frentes de trabalho

“O Brasil passa por uma crise econômica muito profunda e que tem afastado os arquitetos do seu trabalho. (…) É o momento da gente se expandir para campos de trabalho ainda inexplorados”.

Essa reflexão foi feita na abertura do Encontro Estadual de Arquitetos e Urbanistas 2018 na noite desta terça-feira, 25/09, pelo presidente do Sindicato dos Arquitetos no Estado de São Paulo (SASP), Maurílio Chiaretti, durante o evento que reuniu CAU/SP, IABsp, AsBEA e FENEA entre outras entidades representativas da Arquitetura e Urbanismo no país. A reunião foi organizada pelo Sindicato, com apoio institucional do Conselho.

Segundo Chiaretti, a crise econômica destruiu muitos empregos e tornou precários os existentes; e os profissionais se acostumaram a trabalhar com um segmento muito restrito da população.

“A gente tem todo um país ainda por construir”, pontuou.

Durante o debate, os participantes lembraram a pesquisa do instituto Datafolha de 2015, encomendada pelo CAU/BR, e que apontou que mais de 80% da população que já construíram ou reformaram não utilizaram os serviços de um arquiteto ou engenheiro, a maior parte por questões financeiras.

O presidente do CAU/SP, José Roberto Geraldine Junior, destacou que o Conselho tem investido em iniciativas para geração de emprego e renda. Está em tratativas com o Sebrae-SP para ampliar a escala da capacitação oferecida no segmento do empreendedorismo; a recém-formada Comissão de Desenvolvimento Profissional trabalha num projeto também nesta área, que poderá ser reproduzido em outros Estados.

E, recentemente, o CAU/SP articulou com o BNDES a inclusão dos serviços de Arquitetura na linha de financiamento oferecida pelo produto “Cartão BNDES”, que agiliza a concessão de crédito para pequenas empresas.

Desbravando mercados
O CAU/SP também se esforça para viabilizar seu projeto de fomento à exportação de serviços de Arquitetura e Urbanismo, em uma parceria com o CAU/BR e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

“São ações que nunca foram feitas, nunca foram realizadas, para exportação de serviços de Arquitetura e Urbanismo”, destacou, lembrando que 60% das vendas externas brasileiras de Arquitetura e Urbanismo partem do Estado de São Paulo.

Alguns grandes escritórios do setor que já investiram na prestação de serviços para o exterior têm trabalhado em ciclos de 16 e até 24 horas para atender a demanda, comentou ainda Geraldine.

Para o presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA), Edison Borges Lopes, “o mercado de trabalho interno gigante” fez com que muitos escritórios não se importassem com a conquista de clientes além do território nacional.

“Nós estamos cercados de países de língua espanhola, e quase ninguém tem um site em espanhol, o que é algo elementar para que pessoas de outros países possam ter informação a seu respeito”, comentou.

Para Edison Lopes, no entanto, esse “mercado gigante” permitiu uma diversificação muita ampla de profissionais especializados, o que pode ser uma vantagem para a exportação de serviços.

Problemas com residência profissional

O Brasil tem cerca de 700 cursos de Arquitetura e Urbanismo, com pouco mais de 20% concentrados no Estado de São Paulo, segundo o Ministério da Educação. O CAU/SP trabalha com a estimativa de aproximadamente 5 mil novos profissionais formados a cada ano.

A formação desses novos arquitetos e urbanistas, no entanto, é prejudicada ainda pela precarização das relações de trabalho dentro das Instituições de Ensino, de acordo com alguns dos participantes da mesa. Carências na residência profissional, com “estágios muito desumanos”, também são um problema, conforme alertou a representante da FeNEA (Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo), Elisa Barroso, diretora da Regional São Paulo. 

“Essa realidade é muito prejudicial para nós enquanto estudantes, arquitetos e cidadãos”, disse.

Planejar e agir em conjunto

As entidades de Arquitetura e Urbanismo precisam unir esforços e recursos, planejando em conjunto e estabelecendo metas, para aprimorar a assistência prestada aos arquitetos e urbanistas, indicou o presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil – São Paulo, Fernando Túlio Rocha Franco.

Segundo Túlio, é necessário “pactuar um plano de desenvolvimento profissional e botar esse plano em execução”.

“É claro, várias iniciativas já estão acontecendo, mas falta para nós uma visão estratégica, falta estabelecer medidas prioritárias –de médio e longo prazo”, concluiu.

Mudança de postura
Até o dia 29, o Encontro Estadual de Arquitetos e Urbanistas vai reunir especialistas convidados para debater as possibilidades para arquitetos e urbanistas nas áreas de agricultura urbana, assistência técnica em habitação social, entre outros.

 

Atualizado em 01/10/2018
Da Redação

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28.09.2018

Escrito por:

Redação CAU/SP

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