O CAU/BR foi convidado pelo Ministério da Educação para participar do Programa Nacional de Supervisão dos cursos superiores na área de Arquitetura e Urbanismo.
O convite, aceito, foi feito pelo ministro Rossieli Soares da Silva em audiência concedida no dia 9 de maio a comitiva do Conselho encabeçada pelo presidente Luciano Guimarães. O programa, a ser lançado oficialmente em breve, segundo Henrique Sartori, titular da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (SERES), deverá envolver três aspectos: o ensino a distância, diplomas irregulares e atos institucionais.
Outro resultado da reunião foi o agendamento de um encontro de trabalho entre os membros da Diretoria de Regulação da Educação Superior (DIREG) e da Comissão de Ensino e Formação (CEF) do CAU/BR para troca de informações sobre a visão de ambos lados a respeito do ensino da Arquitetura e Urbanismo no país.
Participaram da audiência a coordenadora da Comissão de Ensino e Formação do CAU/BR, Andrea Vilella; o presidente do CAU/SP, José Roberto Geraldine Júnior, coordenador da CEF/BR na gestão passada; o presidente e a vice-presidente do CAU/AM, respectivamente Jean Faria dos Santos e Meglen Cristina Valeu da Silva; Luciana Rubino, assessora de relações institucionais e parlamentares e Paul Beyer, analista da CEF/BR.
O ministro e o secretário receberam propostas para suspensão da oferta de cursos de graduação em Arquitetura e Urbanismo, considerando a oferta de vagas atual por todo o território nacional, e para a revisão das diretrizes curriculares nacionais, para atualização da formação, como já sugerido nos anos anteriores pelo CAU/BR e pela ABEA.
Luciano Guimarães manifestou ao ministro a preocupação do CAU/BR com a qualidade do ensino atual em razão da rápida expansão e o aumento dos cursos, que dobraram em número nos últimos cinco anos. Hoje existem 155 mil arquitetos e urbanistas registrados, número que cresce a um ritmo de 15 mil profissionais ao ano. Enquanto isso, estão autorizadas 180 mil vagas anuais para Arquitetura e Urbanismo, sendo mais de 70 mil delas na modalidade a distância.
Em relação ao ensino a distância, o presidente do CAU/BR ressaltou que o espaço físico adequado é parte do processo de ensino e favorece o aprendizado na área. O Conselho se dispõe a participar de um amplo debate público sobre o tema.
O CAU/BR colocou à disposição do MEC o IGEO (Sistema de Inteligência Geográfica) que poderia ser usado, por exemplo, na análise da abertura de novos cursos com base em uma distribuição territorial planejada. Por meio do IGEO é possível mapear todas as instituições existentes, número de alunos cursando a área, número de egressos e os locais onde eles passaram a atuar.
Durante o encontro, Andrea Vilella e Geraldine Júnior ressaltaram também a preocupação com a grande redução de carga horária em sala de aula. No que diz respeito aos diplomas falsos, o ministro foi informado de que o CAU já recebeu 37 solicitações de registro com documentos falsos, sendo 16 apenas no Estado de São Paulo, tendo havido inclusive o caso de um coordenador de curso que teve o registro cassado pelo Conselho paulista.
Os temas acima são objeto de Carta pela Qualidade do Ensino de Arquitetura e Urbanismo assinada pelos presidentes dos CAU/UF.
Também na reunião foi solicitada ao secretário Henrique Sartori agilização nas demandas encaminhadas sobre o reconhecimento de cursos de instituições que mantém mais de um curso em um mesmo município, através de nota técnica da SERES, para orientar a Comissão de Ensino e Formação do CAU e permitir o registro dos egressos nos termos da legislação em vigor.
Publicado em 15/05/2018
Fonte: CAU/BR